A semana em que o Gu esteve com o pai correu lindamente. Deram-se muito bem. Estou muito contente. Para a semana ele vai para o berçário. Entretanto recebi a carta com o valor da mensalidade. Ia desmaiando. Pronto. Adeus futilidades desta vida. Segunda estaremos os três à porta do berçário. Estou curiosa e desejosa que ele se dê bem. Que seja bem cuidado. Só isso que peço. Que ele não sinta tanta diferença na atenção. Sei lá. É tão pequenino. Uma pessoa faz de tudo para ele estar bem, sentir-se protegido. Agora vai para uma sala com outros bebés, com caras desconhecidas, com as atenções mais do que divididas. Custa, não digo que não. Mas eu sou realista. Preciso de trabalhar, é necessário, tantos bebés passam por isto. Nada é um monstro. Não é. É só o coração mais pequeno, é só um nó no estômago que aos poucos se vai desfazer. Será uma educadora a vê-lo andar pela primeira vez? A ouvi-lo dizer a primeira palavra? Será que ele vai chamá-la de mamã? Será que ele vai conseguir adormecer sem nós por perto? Tantas dúvidas.
Outro dia comentei sobre isso com uma amiga. Ela nao ouviu o filho proferindo sua primeira palavra. Foi a babá. Dilemas da era moderna: trabalhar para sustentar a familia ou ficar em casa e criar os filhos? Difícil. Boa sorte com o seu bebê.
Fico sempre de pé atrás ao comentar partilhas deste tipo com receio do que o que venha a dizer fira a sensibilidade de quem por detrás do ecrã se encontra, mas senti que, desta vez, valia a pena. Eu, apesar de não ser pai, compreendo perfeitamente todas as inquietações que qualquer casal atravessa neste período, mas para ser sincero acho que algumas delas se tornam um pouco relativas - por favor mamãs não me crucifiquem, pelo menos já - como é o caso da primeira palavra, da primeira vez que anda, entre outras. Na minha humilde condição de filho dou-lhe pouca importância porque ainda que se percam momentos como esses, se é que se perdem de todo porque pode dar-se o caso de estares presente, outros tantos virão que terão para ele muito maior importância e que não se basearão naquela "a primeira vez" porque coisas assim são céleres e, na sua maioria, nem sequer vão estar presentes na sua mente quando crescer. Terá porventura muito mais importância aquela vez em que ele estava triste e a mamã estava lá para o animar, quando conhecer aquela rapariga que fará o coração dele bater mais depressa e receber um abraço apertado dos pais enquanto lhe diziam "Vai correr tudo bem, vais ver" ou quando passar por qualquer outra dúvida existencial e vocês estiverem lá disposto a ouvir. Isso sim, serão os momentos que ele recordará com carinho e que lhe relembrarão o porquê de te chamar a ti mamã e não a qualquer outra pessoa. Dito isto, venha a cruz mamãs fundamentalistas...
Concordo! São coisas piegas que só importam a nós mães . De facto, o mais importante é a adaptação dele. Eu nem sou de dramatizar mas por vezes fico assim. Cheia de dúvida.