esta coisa de viver

Umas das características da minhas personalidade é que antes de fazer seja o que for, penso mil vezes, nos mil caminhos, nas centenas de consequências, nas dezenas opções, beca beca... Só piso terreno firme. Arriscar racionalmente. É possível? Só faço o que acho o melhor para mim, com o qual vou sentir-me bem. E se der, de forma a não prejudicar ninguém à minha volta. Se prejudicar, é para o meu bem.
Ao longo da minha vida, fui ouvindo que sou chata ou piegas. Ligo demasiado aos pormenores. Pois ligo. Pois sou. Vivo lado a lado com a responsabilidade no que diz respeito à minha vida. Sem perfeição, fui perfeita até aos meus três meses de idade. Depois disso, passei a chorar todas as noites até começar a pedir leite e a chucha.
Desta forma, por ter-me sido incutida desde muito cedo a responsabilidade (note-se, responsabilidade e não o lema "mete paixão em tudo o que fazes") passei a julgar as loucuras dos outros e a ficar espantada com aquilo que os outros são capazes de fazer com a sua vida. Sem julgamentos, não sou deus. Talvez um pouco, sou um ser humano.
Ao longo desta vida, fui vendo que acabamos por cometer todos os erros que sempre criticámos. Mesmo aqueles que pensam. Espalhar ao comprido é o desporto preferido de muita gente, com direito a medalhas de ouro. As histórias repetem-se. Portanto, pensar ou não pensar, não faz da vida de ninguém uma perfeição. Só coerente.
Tudo é válido. Incluindo chamarem-me de chata.