É como se um bocadinho de Portugal se apagasse.

Quando acordei tinha uma mensagem no telemóvel. "Morreu o e...", antes de abrir a mensagem pensei, "fo**-se, morreu o engenheiro?". Não era o engenheiro, era o Eusébio, o morto. Tinha apenas setenta e um anos. Apenas. O meu sogro tem 87 anos e está aqui para as curvas. Levantei-me, fui dar os bons dias ao sogro. "Bom dia, então morreu o Eusébio?". Directa ao assunto. Ele já tinha ido comprar o jornal, portanto já sabia da noticia há horas. Sem telemóvel ou internet. "Morreu, o Eusébio já tinha tido dois sustos mas nunca ligou ao médico, quis andar sempre em festas... deu nisto". Pronto. Toma lá. Sabedoria é curta e grossa. "E o Pinto da Costa que não se cuide...", acrescentou. Eu não sou do Benfica, nem sequer tenho nenhuma paixão pelo Eusébio mas reconheço o seu valor enquanto jogador e homem. Foi muito importante para o nosso país. É estranho, saber que ele morreu. Assim, como foi estranho quando morreu a Amália e o Saramago. Meu querido Saramago. É como se um bocadinho de Portugal se apagasse.