Ontem no Curso de escrita Criativa #4
Levei o livro do José Couto Nogueira para o próprio autografar. Levantei-me da cadeira uma dezena de vezes na tentativa de chegar ao escritor. Em vão. Como era a ultima aula, os alunos aproveitaram para levar os livros com o mesmo objectivo. Um autografo. Só pedia para o escritor não me perguntar se estava a gostar do livro.
"Só espero que não me pergunte se estou a gosta do livro." disse à Andreia.
"Porquê?".
"Porque estou a gostar mesmo e ele não vai acreditar. É daquelas perguntas que não devem ser feitas. Ninguém vai dizer que acha o livro mau, mesmo que ache. Mas eu juro que estou a gostar."
A Teresa arranjou logo solução.
"Chegas ao pé dele e dizes para ele esquecer tudo o que os outros lhe disseram acerca do livro, que tu vais ser verdadeiramente sincera. Que estás a adorar mesmo a sério. Mesmo, mesmo."
Só ela para se lembrar disto.
Aproveitei o intervalo, pedi o meu autografo e José Couto Nogueira perguntou se estava a gostar da sua obra. Eu respondi que sim. E pronto. Isso já ele ouviu dezenas de vezes, fui só mais uma e tenho quase quase quase a certeza que não acreditou em mim. Mas juro que estou a adorar. Juro. É daquelas obras que todos deveriam ler.
Odeio quando quero exprimir alguma coisa e sou vulgar. A vulgaridade não é credivel. Infelizmente.
(este post foi publicado no blogue do escritor JCN)