"O Grande Gatsby" - o filme

No verão passado, vi a primeira adaptação dirigida em 1974 por Jack Clayton, com roteiro de Francis Ford Coppola e do próprio Fitzgerald do seu romance “O Grande Gatsby”. Tinha lido o romance anteriormente e adorado. O filme não me desiludiu, está bastante fiel ao livro.
Este Sábado, fui ver o remake de “O Grande Gatsby” do director Baz Luhrmann. Uma versão contemporânea, moderna, cheia de glamour, luz e música. Esta versão luta entre o muito bom e o mau.
O filme foca-se no romance, tornando tudo muito lamechas. A crítica social da sociedade na década de 20 passa despercebida aos olhares desatentos. Uma sociedade amante da riqueza, do luxo e de extravagância. Mulheres tolas, habituadas a manter um casamento de fachada. A história será contada pelo Nick, amigo fiel de Gatsby sobre uma visão crítica e diferente de todos os outros personagens. Como o próprio diz, “estou dentro e estou fora”.
Na minha opinião, colocaram um Gatsby medricas e desajeitado. Chega a ser ridículo na cena em que reencontra Daisy, cinco anos depois da última vez que estiveram juntos. Na minha imaginação, Gatsby não era assim. Gatsby apesar de novo, é dono de uma enorme riqueza. Envolto em mistério, dá várias festas em sua casa mas pouco sabem da vida dele. Adorei ver Leonardo DiCaprio neste papel, assenta-lhe que nem uma luva, apesar da nuance romântico-patética. Para quando um Oscar?
Daisy está igualmente brilhante. Carey ficou linda e saiu-se muito bem. Surpreendi-me positivamente com o actor Joel Edgerton, no papel de Tom, o marido de Daisy.Nada de negativo a apontar aos actores. Extraordinários.
A banda sonora é fascinante, mistura o hip pop e o jazz numa linda sinfonia perfeitamente adaptada às cenas festivas. A música de Lana Del Rey intitulada "Young and Beautiful" ficou perfeita. Foi o momento mais emotivo do filme.
Os cenários, o guarda-roupa estão igualmente brilhantes.
O filme termina com o objectivo forçado de levar o público à lágrima fácil, pessoalmente, saiu derrotado. Quando o filme terminou, instalou-se um silêncio incómodo na sala de cinema. Talvez tenha mexido com algumas mentes, a meu ver, o papel principal deste filme. Se foi o caso, resultou no seu todo.