o vício não acaba com o amor

Às vezes, perco-me a pensar em ti. Como seria se ainda fossemos namorados? Separados por dois continentes que em nada são iguais, como os dois amores do Marco Paulo. Como estarias longe do meu vício? O vício que acabou por nos destruir. As garrafas vazias todas as noites enquanto chorava pregada ao chão. Mentiria se te dissesse que estou como nova, depois do fim, o nosso fim, recuperei os anos perdidos. Santa paciência, jamais viveria tempo suficiente para recuperar a vida em que só estive do teu lado sem estar. Pregada ao chão. As garrafas ali ao lado, à mão de semear. Quantas vezes me agarraste pelos braços pedindo-me para não beber. Foste tolerante durante vários meses e só depois de te ires embora é que percebi que afinal me amavas. Já foi tarde, eu sei. Não devia ter tantas inseguranças. Briguei demasiadas vezes contigo. Continuo a amar-te, sabes? O vício não acaba com o amor.