Coisas (pela visão dele)
Construi-lhe um castelo e quis que ela entrasse. E entrou. Devagarinho e bonita. Olhou-me nos olhos e disse-me que ali seria feliz. Felicidade era o que mais queria dar-lhe. Depois começou a gritar, a dizer que eu não prestava para nada. Fez-me guiar feito doido sem saber para onde ir. Chorar com raiva das suas palavras. Ela quer ir embora e eu peço desculpas. Não faz mal, limpo-lhe os lágrimas e prometo melhor da próxima. Depois começa a gritar, a dizer que eu não presto para nada. Empurra-me para fora do castelo e não me deixa lá ficar. Gosto dos vestidos dela. Do cabelo preto e longo. Da fragilidade que esconde ter e me faz querer abraça-la muito. Mas depois grita-me sempre que os outros eram melhores, que não a faço feliz. Finjo nem ligar e puxo-a para perto de mim. Depois ela grita e diz que não presto para nada. Dá-me a força que nunca pensei ter. Não atende as minhas chamadas por birra. Abre-me a porta para sair e depois chora por estar sozinha. Não me deixa lá estar. Não vou porque quero. Aquele castelo construi para nós. Preocupo-me com as suas insónias e as malditas dores de cabeça. Mas tens sempre de gritar e dizer que não presto. Quando sei que sou importante para ti. Uma coisa,pois não? Para a próxima convida-me para jantar, não quero que jantes sozinha.
Perceberam?
(não posso dizer tudo)