está na forma de lermos sorrisos

Reparo nos outros. Na camisola que se repete à sexta à noite. desculpas, "é a minha preferida". Noto as nódoas, sem ter problemas de chamar atenção. "vais assim para a rua?". Não gosto de roupa gasta, de sapatos velhos. Não gosto de sombra a mais nos olhos da cor do vestido. Nem de cabelos mal tratados. Noto. Logo depois dos sapatos, ou dos pés sujos. Um nojo. O Luís é novo. Cinco anos a menos. Costuma elogiar todas as miúdas que passam na rua, mas descuida as pontas espigadas. Ou o verniz mal pintado. Tem duas pernas e cabelo comprido, basta. Hoje em dia há mais. Há muita beleza, e é nos pormenores que se tira o melhor. Não digam que é coisa de rapaz, não acredito. Talvez seja a idade. Ou simplesmente parvoíce de ambos. No fundo ele repara, não gosta é de admitir. Acredito eu.
Preferimos os sorrisos, reparamos na cor dos olhos, esquecemos a verdade. As pessoas são tanto.