as correntes
Um dia vais sentir-me sozinha e achar que não tens para onde ir. O que fazer? Vais sentir que estás numa prisão e nada bate certo. O coração a ser maltratado e tu pareces gostar. Os punhais são tantos. Duvidas de todos. Será que existe uma hipótese de virar o jogo? Os castelos, as bolas de sabão, o arco íris de nada te servem. E o que fazer? Agarras a dor com as duas mãos e não tens coragem de deitar fora. O que fazer? Um dia vais andar de um lado para o outro, procurar e não encontrar. Achar que o teu chão foi feito por alguém, nunca pelos teus passos. O teu brilho não brilha. Estás apagada. Um dia vai acontecer teres um vazio tão grande. Uma vontade de vomitar tudo o que comes. Não vais querer comer. Só vais querer dormir, não falar com ninguém. Não terás força para seres o que foste. Vais achar que lutas em vão. Não vais voltar a encontrar mais amor em outros olhos. Vais acreditar que será assim. E o que fazer?
Quebra as correntes. A vida dá sempre outra oportunidade à dor. Apagando-a.