O subsídio de férias já canta de alegria na conta bancária. Parece que a família vai ter direito a férias a contar tostões. Parece que a casa paga no Algarve vai passar para uma pequena barraca à beira do rio local. Pobres portugueses que se alegram com o futebol. Agora que lhes tiraram isso, vão viver como? Alegrem-se com o subsídio de férias que parece uma pequena esmola para tantas despesas. Alegrem-se em fazer trabalhar a cabecinha com contas e ginástica financeira. Vá, alegrem-se porque está calor. Alegrem-se, o Verão chegou mas não é para todos.
Tenho ficado exausta todos os fins-de-semana. Casa cheia. Só de pensar nisso já me sinto cansada, acreditam? Vale a pena porque é sempre divertido e é só isso que me descansa a alma.
Hoje, Portugal, amanhece silencioso. Com uma dor no peito que só um português pode sentir. Estivemos tão perto. A sorte é assim, não escolhe os melhores. Aliás, a sorte não escolhe, a sorte acontece. Hoje, a manhã está cinzenta apesar do calor que se faz sentir. As ruas estão desertas de festa, encontrei apenas uma garrafa vazia na calçada portuguesa a caminho do emprego. Vejo desapontamento no rosto dos portugueses. Estivemos tão perto. A história não era para ter sido escrita assim. Lamento, não vale a pena lamentar. As lágrimas que escorreram no meu rosto foram de tristeza, de desilusão. Não tem nada a ver com futebol, é o sangue português, uma nação, o orgulho nesta terra. Estivemos tão perto. Não é o futebol, não é. São muitos corações unidos por uma língua, um povo.
Não posso parar para fazer o jantar, não posso tirar os olhos da televisão. Por isso decidi preparar o jantar antecipadamente. 24 cervejas no frigorifico. Moelas a estufar. Camarão preparado. Sangria no congelador. Para não perder uma pitada do que se vai passar e para ter estômago para aguentar este jogo.
O pequeno amor nasceu escondido atrás de uma montanha. Onde eu me passeava sem olhar para as flores no meu caminho. O pequeno amor nasceu sem eu dar por ele. Puxou-me pelas pernas. “Anda comigo”, pediu ele. Insistiu sem me forçar, sem lamentar a minha demora. O pequeno amor abraçou-me e embalou-me dentro de uma nuvem de cetim. Cuidou de mim, lambeu-me as feridas e preparou-me para transformar o pequeno amor no maior amor da minha vida. Assim o fiz. E sou feliz.
Obrigada meu grande amor, por acreditares em mim e me dares a oportunidade de te amar todos os dias.
Tentei dormir na sala, tentei dormir no chão, dentro do frigorífico. Nada. Calor, muito calor. No frigorífico não apanho rede no telemóvel. Está fora de questão comprar um a condicionado e tenho de me contentar com os camiões que passam levando uma leve brisa. No Verão é complicado adormecer por causa dos barulhos, consigo ouvir o camionista a coçar a cabeça. Não posso fechar as janelas por causa do calor, não as posso deixar abertas por causa do barulho. Quem me manda a mim não morar no campo? Sem galinhas, claro.
A cor é esta, o tecido é diferente, para além dos detalhes. Este vestido é a minha cara e também uso com cinto à cintura. Dispensava os colares. Mas já não preciso de mais nenhum, serve aquele que tenho da Cortefiel.