é uma questão de perceber a frase e o desenho

Em lugar algum se é livre, quando não se é livre por dentro.
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Em lugar algum se é livre, quando não se é livre por dentro.
- Quero um relógio da nova colecção da Swatch, aqueles simples. - disse eu.
- Então e o outro que te dei? - perguntou ele.
- Perdi-o. Preciso de outro.
- Não há dinheiro.
- São 38€.
- Pois, 40€ é dinheiro.
- 38€.
- Pois. É dinheiro. Vou pensar.
Menos de vinte minutos.
- Se não fosse este horário tinha conseguido os bilhetes para o Porto-Benfica. Agarrava no carro e ia ver o jogo.
- Ficava uma viagem cara.
- Uns 40€. Mais os bilhetes, portagens e comida. Não é muito.
Olhem que giro. Não é? Coisa mais fofa, pá.
a minha mãe. cada vez que passava um anuncio de perfumes dizia "é deste que eu gosto". no inicio da novela, por sua vez no fim da publicidade, saiu-se com "domingo é dia da mãe".
é de mestre. nem percebi nada.
São 12 dias sem comer qualquer tipo de frito.
São 16 dias sem fumar um único cigarro.
São 15 dias a fazer exercício físico.
São 10 dias a dedicar-me à cozinha.
São 13 dias sem beber um pouco de álcool.
São 10 dias a beber pouco café, às vezes nenhum.
São 4 meses a ler dez livros no total.
São 4 meses a ir ao cinema 5 vezes.
São 4 meses a escrever diariamente.
São 4 meses à espera de férias.
São 4 meses a poupar dinheiro na compra de roupa e futilidades.
São 4 meses a encher o mealheiro com moedas, dando um total de 72.50€.
São 2 dias a pensar numa nova história e colocar tudo em prática.
São 4 meses à espera do mês de Junho.
São 4 meses a pensar no meu sonho e a deixar para amanhã.
São 12 dias a sentir-me capaz de tudo.
Sâo dois dias à espera para ir à feira do livro.
E visto desta forma, nada mau.
Prefiro o amor silencioso e quieto: um sentimento que não foi feito pra todo mundo frequentar.
Casamento é uma tentativa de fortalecer um laço que tem a fragilidade como essência – e aí mora sua magia. Deve-se tomar cuidado com a armadilha de ter que ser para sempre. A obrigação é inimiga do desejo. Ignorar a promessa de eternidade talvez seja um bom começo para quem quer ficar junto o resto da vida.
Para uma relação, levam-se problemas, histórias, medos, frustrações. Mas não é essencial casar-se com a fila de banco que o outro teve que frequentar, nem com a irritação depois de um dia de trabalho. É importante dar colo o tempo todo. Dividimos com o outro as coisas difíceis na intenção de que elas se dissipem, não na de que aumentem de tamanho. Se for somar, que sejam as alegrias.
Nunca mais vou voltar a comer gelado enquanto estiver a fazer a digestão. Aliás, nunca mais vou voltar a comer o novo Magnum Gold. Só eu é que sei como me senti. Só eu. Culpa de ser tão gulosa. Agora estou a torradas.
É viver tudo com certezas absolutas, nem que seja por um momento... É não saber distinguir entre o amor e o ódio, mas nunca odiando verdadeiramente, e amando mais que tudo. É ser mau feitio com coração de manteiga...
- Fixe! Vou ver a minha horta.
Quê??? A tua horta?? Não posso estar a ouvir bem. Chamei-a.
- Que horta é essa, não me digas...
- É uma horta que a Diana e a Catarina também têm, a mana Elsa, todos têm, é no computador.
Ok, percebi tudo.
- Não acho boa ideia essa coisa da horta. Tu devias era ler em vez de perderes tempo com esses jogos. Quer dizer que também tens umas conta no Facebook,certo?
- Sim.
- Oh meu deus.Não acho nada bem. Nada bem.
- Está bem.
Foi buscar um livro e sentou-se ao meu lado a ler em voz alta. Talvez em forma de desculpa ou para me mandar calar de mansinho.
Assim que conseguir os dados, apago a conta dela. Tem seis anos, bolas. Mas onde é que vamos parar? Sou retrograda? Deixem-me ser. Miúdos da idade dela deviam brincar com bonecas, à bola, saltar à corda, desenhar, tantas coisas. Hortas? Facebook? Fotos online? Começo a ter medo que ela cresça. Porra. E só por causa de situações destas: Odeio (cada vez mais) o Facebook e merdas do género.
Quando vi aquelas letras, chorei. Tentei evitar mas o vento não deixou. Culpa do vento que me bateu forte nos olhos e me fez lembrar de ti. Do vento e das letras. Quase jurava que andaste no lugar do costume a marcar melhor a letra dele. A dele. Não a tua. Quase aposto que estiveste na porta do número catorze a mirar a minha janela, chamando-me nomes. A pensar como foi possível tudo virar pó do chão que pisámos. Tal e qual a nuvem passageira de que todos falam Quase aposto que mais ninguém tem uma história como a nossa gravada em duas letras. Ou três.Depende do ponto de vista.
Do meu ponto de vista, obviamente.
"Eles amam-se e odeiam-se, têm uma zanga tremenda e, logo a seguir desatam a beijocar-se como dois namorados, num instante querem uma coisa, no instante seguinte já não a querem, e, com o passar do tempo, acabam por ligar-se um ao outro como a unha se liga à carne."
Paul Auster, em Mr. Vertigo