Parece que ando a ser roubada
lookbook
Dia sim, dia não vão desaparecendo coisas do meu quarto. Não as uso diariamente e tenho os ditos momentos de lucidez em que me lembro deste ou daquele objecto. Como aconteceu com a minha camisa branca. A unica camisa branca comprida que tinha. Ninguém precisa mais de uma. Estava deitada quando me lembrei dela. Tipo flash. Procurei por tudo o que era sitio e nada. Mãe, a minha camisa? Nada de nada. Ninguém sabia dela. Tirei tudo do armário e nada. Ainda hoje choro essa camisa e nunca a substituí na esperança de a encontrar num buraco qualquer da minha casa. Ontem voltou acontecer. Guardava o telemóvel antigo numa gaveta, cheio de mensagens e fotografias importantes. O meu irmão acordou-me para pedir um carregador emprestado e a primeira coisa que me veio à memória foi o dito telemóvel. Gaveta, nada de telemóvel. Virei aquele quarto do avesso e nada de nada. Sinto que foi o meu irmão. Ele nega. Há poucos dias estava lá o raio do telemóvel. Eu sei. E só por mero acaso o meu irmão apareceu com um telemóvel novo. Parece-me que houve negócio. Já desapareceram óculos de sol, relógios, cartões de memória, etc... Faz-me espécie é a camisa branca. Para que queria ele uma camisa branca? Dar à namorada? Ou isso ou tenho um buraco numa parede qualquer onde vou encontrar tudo o que andei a perder durante dois anos.
Pelo sim, pelo não, vou comprar um cofre. Onde consiga meter a minha máquina fotográfica, o meu mp4, o meu dinheiro e um par de sapatos que lá tenho.