Quem te anda a tirar tantas fotos?

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O sonho dele era parar o tempo com uma fotografia. Colocando numa imagem a beleza daquela mulher com o cabelo exposto ao Sol. Não se cansaria de encher a máquina fotografica com fotos dela. Vários cliques, vários flashes. Admirá-la era contemplar a mais bela das obras de arte, com todas as suas imperfeições. O cabelo despenteado com o vento, os olhos fechados, os lábios cerrados. Por vezes, ela reclamava de ele querer comandar todos os seus  detalhes fotogénicos numa sessão de fotos. "Já posso mexer-me?". Não, não podia. O Sol tinha decidido estar perfeito naquela tarde, queria aproveitar cada segundo junto do quadro perfeito entre a fotografia e a modelo. Modelo na cabeça dele, ela gostava de escrever livros. Mesmo aborrecida, as fotografias não a rejeitavam. Ele teimava em roubar-lhe sorrisos com frases que ambos conheciam. "Que carinha... faz uma cara mais bonita e menos esquisita". Ela ria. Ele ria. Ambos comunicavam entre si, muitas vezes atravês de imagens. Os dias passavam entre paisagens de Norte a Sul, unidos pelo amor. Unidos. Como se não existisse mais rotinas ou alguém. Caso para eu dizer, uma imagem vale mais que mil palavras. 

Este fotografo existe, para ela.